quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Tropicaline nova versão Wordpress

Para as queridas moscas visitantes do blog, informo que migrei para o domínio WORDPRESS, vale dizer, uma ferramenta em código aberto desenvolvida por milhares de usuários em todo o mundo.
(Dica: como migrar conteúdo do blogspot pro wordpress)

O novo endereço, portanto, é:

www.tropicaline.wordpress.com

E viva a cultura livre!

domingo, 18 de julho de 2010

Política é uma Arte que a Cultura produz

A “felicidade é a prova dos nove”, do manifesto antropofágico. Felipe Redó, do CUCA da UNE, se apoia nisso para pensar o futuro, o próprio e o do país. Representa o otimismo da juventude atual, marcado entretanto por forte consciência crítica, mais a compreensão aguda do papel da cultura. Coisa, por exemplo, que minha juventude não teve tão marcante, em meio a uma ditadura feroz que fazia com que opções políticas – no caso pelo partido comunista – implicasse estar aberto para a possibilidade (muito tangível) de tortura e morte.

Por isso, talvez, trago sempre às páginas do blog esse assunto e esses personagens. Eles são o sucedâneo do relançamento nacional do fim dos anos 50, do otimismo da Copa de 58, a bossa nova, o cinema novo, o CPC da UNE… Os amigos Guarnieri, Viana, tantos e tantos. Há outro motivo, porém. Expresso no Rasga Coração, de Vianinha, ou em Eles não usam black-tie, de Guarnieri: nem sempre o novo é revolucionário, nem sempre o velho é conservador.

O que acho marcante em Felipe e todos os outros que já compareceram ou comparecerão nestas conversas culturais e acadêmicas é isso: a capacidade da juventude em expressar o novo sem perder de vista o perene. O perene é a nação, o povo, a democracia, a cidadania. Eles estão nessa.


Quem é você, Felipe Redó? Como chegou ao interesse pelas artes? Que trabalho você já acumula?

Meu “curriculum vitae” é ?! (risos)


É, rapaz, tão jovem e já falando latim…

Poderia começar de diversas formas… mas prefiro dizer que me interessei pelas artes meio que de forma intuitiva. O período da juventude é um momento rico para a vida (cultural), pois você está aberto a várias influências e com menos preconceito das coisas. Estou hoje como diretor de cultura da União Nacional dos Estudantes e coordenador do Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE, além de estar na graduação em História pela UFRJ, etc. e tal…


Felipe, Augusto Boal dizia que “Ser cidadão não é viver em sociedade. É modificá-la”. Como você interpreta isso?

Boal desenvolveu uma técnica que é eminentemente política quanto ao nosso posicionamento no mundo, que é a Estética do Oprimido. Uma forma de ser/estar no mundo de forma pró-ativa, como espect-atores, e não apenas como platéia de espectadores. Isso diz muito para mudarmos nossa idéia do que é viver e como viver em sociedade. Fazemos essa referência a Boal em nosso documento intitulado Política Cultural para o Período Eleitoral e Pós Campanha, disponível em nosso blog: www.cucadaune.blogspot.com.


É, foi daí que extrair a questão. Agora, voltando ao tema: isso tem a ver com sua ligação ao marxismo e ao comunismo? O que veio antes, nesse caso – a arte ou a política?

Tem tudo a ver com as teses de Marx; “os intelectuais se limitaram a interpretar o mundo, resta-nos transformá-lo”. Para esse caso acho que a arte tem uma dimensão política também. Isso não quer dizer que a obra de arte, o objeto-arte, o tenha. Mas o significado dela assimilado por nós, possui.


No blog postei matéria com Santini, intitulada “A política como dimensão da cultura, e não o contrário”. Bem gramsciano isso, né? Como você vê a questão?

Aí já vale outra forma (dimensão) de entender a coisa. Porque a “Política é uma Arte que a Cultura produz” e não o contrário. A política é um meio de mediação para se buscar as coisas não um fim em si mesmo. Acho que é isso que está faltando na política hoje.


No CUCA vocês teorizam a Cultura em três dimensões: a ordem ética, estética e econômica. Isso ligado ao projeto nacional. Em outro tempo, década de 50, o Brasil foi longe nessa articulação. E hoje, como você a encara?

E podemos ir mais longe ainda! Esse tema é especialmente instigante para um país que tem pouco mais de 500 anos, né? Mas o que me instiga hoje é pensar que o Brasil tem ganho relevância no cenário internacional e é justamente pela nossa cultura, que deve dar elementos a esse projeto, onde podemos dar grandes contribuições ao mundo. A nossa “identidade nacional brasileira” elevada a potência de “entidade universal brasileira” pra citar Mário de Andrade.


Para mim foi a mais elevada surpresa positiva a obra de Gil no Ministério. Maravilha pura, junto com a criatividade de Célio Turino. Como você viu esse período, em ligação com a pergunta anterior? Qual a maior aquisição desse período?

Desculpa, Walter, mas vou fazer uma confissão em particular e fugir um pouco da objetividade da pergunta, antes de respondê-la.

Bem, eu era do movimento estudantil quando me chamaram para fazer parte de um Ponto de Cultura: o CUCA da UNE. A grana nem era muita e também existia, num primeiro momento, uma confusão com uma super idéia do Célio Turino, que virou programa em parceria com Ministério do Trabalho, que era disponibilizar uma pequena bolsa, de auxilio financeiro, para jovens desenvolverem seu aspecto de cidadania (naquele conceito do Boal citado acima!). Fora a burocracia, o caso é que ter participado de um movimento social de cultura por meio de uma rede social dos Pontos de Cultura era o que eu esperava no movimento estudantil. Posso dizer que sou filho dos pontos de cultura.

A respeito da gestão de Gil no MinC, posso dizer que foi uma quebra de paradigmas, assim como ter um metalúrgico como presidente, ter um músico tropicalista à frente do Ministério. E esse momento de ruptura foi fundamental para se repensar o papel da política pública para a cultura, que deixava de ser a “cereja do bolo” e passava a dialogar com essas outras dimensões na sociedade, e apostar, por exemplo, em ações como os Pontos de Cultura.


Já ouvi você falar em três dimensões integradas: cultura e educação; cultura e emancipação social; cultura e comunicação + democracia; cultura e cidadania no sentido de produção e acesso aos bens culturais. Comente essa articulação, por favor, ela tem importância conceitual.

O entendimento da Cultura sob o signo da abrangência, é isso. Não sou eu quem falo isso, é o Gil e um monte de pessoas que constroem e pensam este país neste momento. A Cultura é tema transversal a todas as áreas humanas, e não conheço área que não seja Humana, pois todas dizem respeito à relação entre os homens e entre os homens e a natureza.


Onde você imagina que estaremos os brasileiros em dez anos, e você pessoalmente?

Tendo a ser otimista pois pensar positivamente gera ações positivas também. Imagino, para daqui a dez anos, os brasileiros sempre melhor do que estão. Com mais justiça social e qualidade de vida. Já eu, estar feliz por ora me basta. A “felicidade é a prova dos nove”, do manifesto antropofágico!


Felipe, muito obrigado. Sou muito ligado a isso do CUCA e admiro o teu trabalho e da turma que lá atua. Acho que vocês estão bem servidos neste ano, com candidaturas na cultura como as de Celio Turino, e na juventude com Gustavo Petta, duas figuras de alta liderança, criatividade e visão política. Quanto a mim, espero que você, feliz, em dez anos esteja bombando artisticamente. Abração.


Publicado originalmente em: http://www.waltersorrentino.com.br/?p=2796#more-2796

domingo, 4 de julho de 2010

Interfaces Digitais Colaborativas - Linguagens e Experiências em rede

A Escola de Comunicação da UFRJ e a Secretaria de Cidadania Cultural do MinC convidam para

Seminário INTERFACES DIGITAIS COLABORATIVAS - Linguagens e Experiências em Rede
Dias 7, 8 e 9 de julho no Auditório do CBPF
Rua Lauro Müller, 455 – Botafogo,Rio de Janeiro
(entrada também pelo Campus da Praia Vermelha da UFRJ)


Inscrições abertas (com certificado de participação): http://laboratorioculturaviva.pontaodaeco.org


A experimentação e produção de conteúdos digitais diante das novas tecnologias, as culturas das interfaces, o potencial de criação, colaboração, difusão e compartilhamento em rede. Apresentação de experiências colaborativas e de interfaces de criação audiovisual e de conteúdos digitais para as diferentes mídias e plataformas

Com a participação de pesquisadores, realizadores em Novas Mídias, Cultura Digital, Pontos de Cultura e Pontões de Cultura Digital, experiências em redes colaborativas da sociedade civil, terceiro setor e empresas, o Seminário irá apresentar o Laboratório Cultura Viva, de pesquisa e realização, em implantação na Escola de Comunicação da UFRJ com apoio da SCC do MinC

Confira a programação:


Saiba mais:
http://laboratorioculturaviva.pontaodaeco.org/
http://twitter.com/labculturaviva

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Saramago e a falsa democracia

Pela memória do grande escritor José Saramago, que nos deixou na última sexta-feira, 18/06.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Aberta consulta pública para a Reforma da Lei dos Direitos Autorais

Está aberta a consulta pública para a reforma da Lei dos Direitos Autorais, para que a sociedade civil possa opinar no projeto de reforma proposto pelo Ministério da Cultura.

Atualmente, práticas comuns como copiar as músicas de um cd para um aparelho mp3, para uso privado, ou mesmo tirar xerox de um capítulo de um livro na universidade, são considerados crimes. Então é o momento de se perguntar: quem está errada, a sociedade ou a lei?

É mt importante que nós, produtores e também consumidores de cultura, opinemos sobre essa questão, que está muito mais presente no nosso cotidiano do que às vezes percebemos.

O projeto apresentado pelo MinC atualiza a legislação de forma positiva, mas ainda pode avançar em muitos pontos, por isso é importante a ampla participação

Confiram a consulta pública em http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral/, divulguem e participem!


Leia a análise feita pela Rede pela Reforma da Lei de Direitos Autorais sobre a proposta de reforma do MinC: http://culturadigital.org.br/site/lda/2010/06/14/primeira-leitura-da-proposta-de-reforma-da-lei-de-direitos-autorais/

Mais informações sobre a reforma da LDA:
http://www.reformadireitoautoral.org/

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Seminário no Rio discute a Reforma da Lei de Direito Autoral




Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e Rede pela reforma da Lei de Direito Autoral realizam debate no Rio de Janeiro

A lei 9.610, atualmente em vigor no Brasil, foi criada em 1998 e passa agora pela primeira revisão significativa. Desde 2007 o Mistério da Cultura vem realizando debates com a ampla participação dos interessados para discutir uma proposta de reforma. Um anteprojeto de lei deverá ser submetido à consulta pública em breve. Diante desse contexto, é preciso aprofundar o conhecimento sobre a Lei de direito autoral para que seja possível avaliar quais pontos devem ser abrangidos na reforma.

Programação

Parte I – Contexto da regulação de direito autoral e conceitos básicos

14:00 - Arrecadação e distribuição de direitos – Alexandre Negreiros (SindiMusi)
14:30 – O que é direito autoral? – Denis Borges Barbosa
15:00 – Limitações e exceções – Marília Maciel (CTS/FGV)
15:30 – Debate
Parte II – Novas tecnologias, produção e acesso a conteúdo
16:00 - Novos modelos de negócio – Olívia Bandeira (Overmundo)
16:30 – Direito de acesso – Guilherme Varella (IDEC)
17:00 – Acesso ao conhecimento e domínio público – Carlos Affonso(CTS/FGV)
17:30 - Debate
18:00 – Encerramento: Cenário político e desafios atuais
Deputado Alessandro Molon (Deputado Estadual – RJ )
Deputado Chico Alencar (Deputado Federal – RJ) – a confirmar
Marília Maciel/Luiz Moncau (CTS/FGV)


As vagas são limitadas. Inscrições para o seminário devem ser feitas aqui: http://direitorio.fgv.br/inscricao-reforma-lei-direito-autoral


Evento: Seminário sobre a reforma da Lei de Direito Autoral

Local: Fundação Getulio Vargas - Praia de Botafogo, 190, 13 andar (Sala Luis Schuartz)

Data e horário: dia 09 de junho, das 14:00 às 19:00


Mais sobre a Reforma da Lei do Direito Autoral

http://www.reformadireitoautoral.org/


Baixe o Caderno Direito Autoral em Debate

Leia e assine a Carta pelo Acesso a Bens Culturais

Eleições e redes sociais


Projeto inédito convida brasileiros à investigar processo eleitoral

Acaba de entrar no ar o Eleitor 2010, plataforma que reúne relatos e dados sobre irregularidades envolvendo as próximas eleições, feitas pela própria população. Colocando o eleitor como voz ativa do processo eleitoral, o website é alimentado colaborativamente pelos eleitores por meio de um formulário no próprio site, e-mails e redes sociais, como o Twitter, e, futuramente torpedos de SMS, que podem ser enviados por qualquer pessoa, de qualquer lugar do país. que tenha acesso a internet ou mesmo apenas a um telefone celular.

A ideia pega carona no sucesso de iniciativas de mídia cidadã no Brasil, e aproveita ferramentas digitais e redes sociais para incentivar a participação coletiva na vida política. Por meio da plataforma, o eleitor não apenas acompanha o que está acontecendo durante todo o processo eleitoral no país, mas pode fazer suas próprias denúncias sobre o que vê de errado ao seu redor. O conteúdo-chave a ser trabalhado inclui denúncias de fraudes, boca de urna, showmícios, irregularidades e eventos em geral relacionados ao processo eleitoral. Os eleitores podem enviar, além de texto, vídeos, fotos, arquivos de áudio ou capturas de tela, no caso de irregularidades encontradas online.

O convite é aberto a todos. A ideia é reunir relatos de quem foi alvo ou teve acesso a informações de irregularidades, como tentativa compra de voto, coação, ameaças ou presenciou qualquer outra irregularidade, denunciando o fato anonimamente ou não”, explica Diego Casaes, um dos coordenadores do projeto. “O nosso foco não é ataque a candidatos nem dar vazão a picuinhas políticas, mas trazer a tona fatos e acontecimentos testemunhados pelo eleitor, que podem e devem ser enviados ao Ministério Público Eleitoral, mas também compartilhados de maneira transparente com toda a população, criando assim um retrato das eleições segundo a ótica do eleitor”, enfatiza Paula Góes, idealizadora do Eleitor 2010.

Para agregar todos esses dados em um único site, o Eleitor 2010 usa uma versão customizada da plataforma Ushahidi, que por sua vez conta com um mashup do Google Maps que permite localização no mapa do lugar exato do incidente relatado. Isso vale tanto para incidentes que aconteçam em uma grande capital quanto para locais como Santa Cruz de Minas, a menor cidade brasileira. Para evitar abuso da plataforma, as mensagens enviadas passam por moderadores, que analisam se a denúncia é uma irregularidade que pode ser publicada, ou se é apenas uma ofensa moral contra algum candidato, e que, portanto, deve ser ignorada. Os relatos publicados podem ainda ser marcados como verificados ou não, e são abertos para comentários de outros leitores.

Testemunho

Ushahidi significa testemunho em suaíli, idioma banto com o maior número de falantes na África. Criada para acompanhar a violência pós-eleições no Quênia em 2008, a plataforma ganhou o último prêmio Best of Blogs Deutsche Welle como o melhor blog do ano. Além do Quênia, ela já foi usada para denunciar ondas de violência em Madagascar, relatar in loco a situação do Haiti e do Chile após os terremotos e para monitorar as eleições na Índia, Moçambique e México.

No Brasil, o Ushahidi será usado pela primeira vez para acompanhar as eleições de 2010, agregando em um único ponto os testemunhos de gente do Brasil inteiro. O Eleitor 2010 é um projeto é de cunho apartidário e sem fins lucrativos, com o objetivo de agregar, organizar, analisar e criar conteúdo sobre as campanhas eleitorais nacional e regionais do Brasil, de maneira participativa, construindo assim um grande observatório das eleições segundo a ótica do eleitor – ou melhor – de todos os eleitores.

Acompanhe:

Plataforma: http://eleitor2010.com/
Blog oficial: http://blog.eleitor2010.com/
E-mail: info@eleitor2010.com


twitter: @Eleitor_2010
tumblr: http://eleitor2010.tumblr.com/
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