sábado, 13 de março de 2010

Notícias da Conferência

Sob o tema “Cultura, Cidade, Cidadania e Desenvolvimento”, a II Conferência Nacional de Cultura recebeu ontem gestores e profissionais da área para debater economia, desenvolvimento sustentável, institucionalidade, cidadania e diversidade.

De manhã, o escritor e ensaista português Antônio Pinto da Silva Ribeiro abriu as atividades do dia com uma aula-magna, onde falou sobre o papel do Estado de “facilitar aos criadores que criem e aos públicos que possam ter acesso”. Em seguida, os convidados para o Painel Integrado dos eixos temáticos eram chamados em forma de cordel à mesa, mediada pelo Secretário de Audiovisual do MinC, Silvio Da-Rin.


Laymert Garcia dos Santos, professor da Unicamp, falou sobre a importância de se pensar a produção simbólica junto com a cultura digital, buscando garantir a diversidade cultural através de uma lógica de compartilhamento conectada em rede, lembrando que "nós temos um país com uma cultura riquíssima, e, por outro lado, grande parte da população que não tem acesso a ela”.

Chico César, músico e diretor da Fundação de Cultura de João Pessoa, na Paraíba, citou músicas que remetem às cidades de sua trajetória pessoal. Falando da afetividade das pessoas com o território em que vivem e as relações culturais que se estabelecem a partir desta interação, conclui que "cidadania é a questão mais importante que se coloca pra nós gestores, artistas e agitadores culturais".

Ana Carla Fonseca Reis, economista professora da FGV, falou sobre linhas de fomento e desenvolvimento das indústrias criativas, alegando que embora nem todos sejam economistas, “é importante ter essa visão mais geral da economia e da cultura, para enxergar nosso papel nisso tudo, enquanto cidadão produtor tanto de cultura quanto de economia". E termina citando o filósofo Sêneca ao tratar da importância de políticas culturais para a economia criativa: "Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento é favorável".

Já o secretário executivo do Ministério da Cultura Alfredo Manevy, falou sobre o trabalho do MinC no sentido de aumentar o escopo de manifestações culturais reconhecidas pelas políticas públicas: "É uma mudança de paradigma, termos como referência aqui a cultura indígena, negra, popular, que eram vistas como ameaças há 30 anos". Sobre a importância de se ter uma política trabalhista para mestres e agentes culturais, apontou que grande parte da dificuldade é a burocracia estatal: "o software (a política) é novo, mas o hardware (a estrutura) é velho".

Danilo Miranda, diretor do Sesc SP, ressaltou as dimensões ética, estética e econômica da cultura, argumentando que “desenvolvimento não pode ser só econômico e não devemos apenas aumentar as riquezas, mas respeitar a diversidade cultural". Lembrou também que a sigla do Ministério da Educação – MEC, vem da época quando este era “Ministério da Educação e Cultura”, reforçando a necessidade do diálogo entre essas políticas.


Na parte da tarde, os participantes se dividiram em Mesas Redondas simultâneas que aprofundaram e debateram os temas dos eixos, cujas propostas estão sendo discutidas hoje nas Mini Plenárias. Dividos pelos eixos “Cultura, Cidade e Cidadania”; “Desenvolvimento Sustentável”; “Economia Criativa”; “Gestão; Institucionalidade da Cultura”; “Produção simbólica, Diversidade e Diálogos interculturais”; “Cultura, Educação e Diversidade” e “Cultura, Comunicação e Democracia” (estas últimas 3 sub-eixos de “Produção Simbólica e Diversidade Cultural”), cada grupo levará 5 propostas para a Plenária Final amanhã, que terá um total de 80 propostas.

Continue conferindo a Conferência em @alinecarvalho

Saudações culturais!

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